segunda-feira, 19 de julho de 2010

Segundos Que Duram Eternamente



O que pode ser mais veloz que um flash?

Um ataque de tubarão?
O trem japonês "JR-Maglev MLX01"?
Um golpe do Sr. Miyagi?
A velocidade da luz?
Os ainda hipotéticos Táquions (você não sabe ? Google, Wikipédia, mané)?
Aliás, qual a velocidade de um flash?

Nada disso.

O dedo de um bom fotógrafo é a coisa mais rápida que existe.

Essa foto, não é o melhor exemplo de se mostrar a rapidez do raciocínio de um fotógrafo. Mas foi ela quem me deu a idéia deste post.

Como conseguem capturar em frações de segundos, o conjunto: acontecimento, momento, meu Deus o que foi isso?, idéia, dedo no gatilho, captura, fato consumado?

Claro que primeiro se clica uma foto de algo que está acontecendo. Depois é que se vê o resultado. Muitas vezes, ou na maioria, não se tem a menor idéia do que está por vir.

Mas isso não importa. Estão lá. Fazem o "acontecimento" acontecer eternamente.
São "eternizadores" de momentos. São "divulgadores" de acontecimentos. São "congeladores" de fatos.

E são muito, muito rápidos. Uma pessoa que não pertence ao "ramo" diante de um fato inusitado iria primeiro ficar em choque, depois digerir a situação (nesse momento tudo já estaria perdido), só então lembraria de fazer o monumental clic. E já era.......

Todo mundo já viu a famosa foto (pra mim a foto do século passado) da menina vietnamita correndo nua após a explosão da bomba de Napalm.
Eu não tirava aquela foto. Iria ajudar alguém. Iria correr junto. Mas AQUELA foto histórica e marcante, eu não tiraria.

Em 1985, uma outra foto correu o mundo e revolucionou a política de muitos países.
É a foto da menina colombiana Omayra, que após a erupção de um vulcão que devastou o povoado de "Armero", ficou presa por 3 dias num amontoado de lodo, água, restos de sua própria casa e presa aos corpos dos próprios pais.
A menina não poderia ser retirada dali, pois para isso teriam que amputar suas pernas. Mas como não existia no local nenhum especialista para realizar a cirurgia, a menina morreria. Então deixaram.........

Resultado: Omayra morreu do mesmo jeito.

Mas essa precariedade e INDIFERENÇA do governo colombiano correu o mundo junto com a foto. Causando um debate internacional sobre política humanitária e dando origem (para muitas pessoas) ao que hoje chamamos de "GLOBALIZAÇÃO", pois o mundo pode acompanhar em "tempo real" (daquela época) através das lentes de fotógrafos e cinegrafistas, o sofrimento da menina Omayra.

Enfim, existem centenas de imagens retratadas por pessoas de sangue gelado que mudaram ou conduziram o mundo.

Existem os personagens, suas glórias, dores, proezas, infortúnios. E existe sempre um sujeito rápido o bastante para, em frações de segundos eternizar uma imagem.

Nenhum comentário: