terça-feira, 2 de junho de 2009

Floripa fora da Copa. Graças a Deus


Após o anuncio oficial das sedes da Copa do Mundo no Brasil em 2014, na qual Florianópolis ficou de fora,
a sensação de tristeza e injustiça para com a Ilha da Magia foi "quase" geral.
Merecia entrar na lista?
Ou mereceu ficar fora?
Para ser grande deve-se primeiro se portar como grande. Grandeza vem de dentro pra fora e é natural, não imposta.
Que a Ilha de Santa Catarina é linda não se discute. Porém o que lhe sobra em beleza falta em estrutura turística.
Não me refiro tanto a estrutura física, que pode ser melhorada com uma boa injeção financeira. Que viria claro, no caso da cidade ser escolhida uma das sedes da Copa.
Mas falo da estrutura humana.
Matéria prima humana não falta. Mas falta qualificação e caráter profissional de funcionários inseridos no meio.
Quem vive e "consome" na ilha sabe disso. Não é fácil conseguir gastar, comprar, consumir na cidade e ao mesmo tempo ser bem tratado.
Parece que o vendedor, colaborador, trabalhador, atendente dos estabelecimentos da cidade está visivelmente infeliz e fazendo um favor ao lhe atender.
Imagina ter a obrigação de atender o mundo ? Para "gringo" ver.
Preparação e boa vontade...ou boa vontade de se preparar. Isso é pré requisito para sediar um grande evento e se tornar grande.
E isso ainda falta.
Não se pode atender um cliente, sem que se olhe no seu rosto.
Não se pode atender um cliente, sem lhe dirigir uma palavra sequer. Com a expressão de raiva e desinteresse na face.
Não se pode atender um cliente, sem saber quais suas necessidades.
Não se pode atender um cliente, somente depois de conversar com seu colega de trabalho, vizinho ou parente. O cliente tem prioridade no atendimento. Merece essa prioridade, porque ofereceu prioridade antes, ao escolher determinado estabelecimento para gastar seu sofrido dinheiro.
Não se pode atender um cliente, sem entende-lo.
Não se pode atender um cliente, como se estivesse lhe fazendo um favor, um sacrifício.
Nem comento o fato de a imensa maioria da população desconhecer outros idiomas além do Português.
Inglês e Espanhol, obrigatórios em tempos de Copa numa cidade turística internacional. São desconhecidos na capital de Santa Catarina.
Claro que a elite local até ensaia alguma língua estrangeira. Mas não é a elite quem vai atender os turistas no posto de gasolina, no mercado, na farmácia, no centro de informações turísticas, nos bares e lanchonetes.
É uma pena. Mas ainda falta muito pra ser grande. Pra ser mundial. Pra ser globalizada.
Não se pode contar apenas com as belezas naturais locais e suga-las sem ter participação ativa na manutenção turística da cidade.
Copa do Mundo é coisa séria. Envolve gente, dinheiro, nome, prestígio, mundo. Copa do Mundo tem proporções gigantescas que nem todos estão preparados para receber e enfrentar. Alguns dizem que o Brasil não tem condições de sediar uma Copa. Imaginem a Ilha dominada pelo provincianismo, pelo amadorismo?
Quiseram ser escolhidos para depois se reestruturarem. Quando deve ser o contrário.
Querer avançar pra ter renda maior, não basta. Deve-se participar diretamente desse avanço.
Deve-se avançar como cidadão e como profissional. Para depois exigir avanço da sua rua, do seu bairro, da sua cidade, do seu país.
Da sua ilha.

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